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nietzsche

nietzsche

28 Mar, 2007

Incrível...

Necrofilia.jpg


 
 O sexo por vezes é um "frete" para a mulher ao ponto de não o sentir de qualquer forma. Aqui fica um exemplo disso:
 
 Um homem foi levado perante o juiz e acusado de necrofilia, por ter feito sexo com uma mulher morta.
 Disse-lhe o juiz:
 - Em 20 anos de magistratura, nunca ouvi uma coisa tão nojenta e imoral. Dê-me uma única razão para eu não o colocar na prisão!?
 O homem respondeu:
 - Vou lhe dar não UMA, mas TRÊS boas razões:
 1º. Não é da sua conta, o Sr. não tem nada com isso;
 2º. Ela era minha esposa, e.....
 3º. Eu NÃO SABIA que ela estava morta; ela SEMPRE agia assim!!!











26 Mar, 2007

Another Woman

2972t.jpg A vida é um candeeiro a petróleo. O amor também. Quando a combustão perece, porque fenece, há um choro crepuscular que cresce. E a luz desvanece. Apaga-se. Desaparece. Another Woman é isso, uma parábola existencialista a retratar a linha das mãos (será dos dedos?) que nos (en)sina o caminho, que nos diz o amanhã nem sempre azul e mavioso.

Mais que competente, pode dizer-se do filme. Bom. E adjectivá-lo de sério parece até descabido, ou não fosse Woody Allen o seu realizador. Mas assim é. Filme sério, bem sério. Com Woody fora do elenco - numa das poucas vezes que decidiu não mimosear a objectiva com os seus trejeitos desengonçados - a película galga devagar alguns dos mais melindrosos trilhos da natureza humana.

Another Woman é uma ode de Allen ao pessimismo, ao negativismo, à coisa ruim e indecorosa que é viver. Atido a um argumento exemplar e à densidade das personagens que tão bem trabalha, o realizador oferece-nos uma inesperadamente infeliz Marion (desempenho intenso, a roçar o brilhantismo, de Gena Rowlands). Superando até a personagem de Mia Farrow - sarcasticamente nomeada de Hope e que figura a ideia acabada de uma vida atroz, torpe, desgarrada - é em Marion, mulher de meia idade, brilhante académica e financeiramente resoluta, dizia, é nela que Allen deposita a maior carga do paradoxo existencialista. Se a primeira representa a alienação, o desapego, o abandono, o desespero de quem tem ainda tanto caminho, a outra parece querer cuspir longitudinalmente numa vida com tanto de perfeita como de lancinante.

Formalmente a película é imaculada. Na montagem Allen não arrisca mas cumpre. Aliás, o carácter inventivo do autor sempre passou muito mais pela palavra que pela coisa técnica - nos antípodas de Scorsese, que nos seus primeiros trabalhos se divertia a mostrar ao mundo o fabuloso e inventivo domínio técnico de que dispunha. A narrativa de Another Woman adensa-se através da parcimoniosa introdução de flashbacks propositados e reveladores (é num deles que conhecemos a personagem interpretada por Gene Hackman e o seu lugar na trama). Mas nem aqui o tom de incompreensão - mais que de injustiça - abranda: a admiração intelectual que se confunde com amor; a repressão das vontades carnais; a preferência parental por um dos filhos; o adultério; o aborto; os casamentos falhados. O nefasto e o grotesco no quotidiano. Narrado na primeira pessoa pela protagonista Marion, a obra está pejada de textos inteligentes, de elegância filosófica. A dada altura alguém questiona: «Uma recordação é algo que temos ou que perdemos?». Poderia ser este um bom mote para a fita: o filme do rememorar.

Num registo longe dos humores densos e bem conseguidos de A Mid summer Night's Sex Comedy e Sweet and Lowdown, e de comédiazinhas a roçar o dispensável, como ABC do Sexo ou Hollywood Ending, o realizador nova-iorquino reinventa uma vez mais a cidade natal - diga-se que desta vez sem grandes afazeres, uma vez que Another Woman é filme eminentemente interior. Claustrofóbico, até. Na crítica ao social e ao politicamente correcto, aos amores por conveniência (será conivência?) e ao conflito de interesses, talvez Another Woman se aproxime mais de Ana e As Suas Irmãs, apesar da toada claramente mais espirituosa deste último; na nebulosidade dos temas que aborda, e no modo cru como o faz, tem certamente no recente Match Point um seu parente próximo na pungente árvore genealógica que as obras de Allen compõem.

Rapidamente, e através de uma visão meramente parcelar e descuidada da filmologia de Woody Allen, facilmente se cai no erro de enumerar a suavidade, o burlesco e a ligeireza como únicos traços caracterizadores do cineasta. Porém, indo fundo, remexendo, percebe-se um autor não tão afastado da concepção kubrickiana como um dia ousei afirmar. Há no costumado tom parodiante de Allen uma dura carga pessimista em relação ao indivíduo - não tanto no sentido hobbesiano do termo (tão presente na obra de Stanley Kubrick) mas mais assente numa toada vincadamente niilista. E Another Woman é disso exemplo cabal.









(por Ronaldo Tikhomiroff )

O caminho que o ser humano deve percorrer durante sua vivência na Terra é definido, a cada momento, pelo seu livre-arbítrio. Uma qualidade que só ele possui e que deve escolher o passo seguinte a ser dado. Quando uma situação se apresenta, esta não acontece ao acaso, porém é o livre-arbítrio do homem que deve decidir sobre sua solução.

Sempre que uma situação, nova ou não, é apresentada ao ser humano, inicia-se um conflito entre sua mente (razão e emoção) e a sua intuição. A mente, facilmente manipulável, é alimentada por seu ego, o qual, dependendo de seu poder sobre o indivíduo, deturpa e desvia A sua decisão de maneira a satisfazê-lo melhor. São os indivíduos comandados pelo ego, onde o bem material, de qualquer nível ou natureza, está sempre à frente de qualquer bem espiritual.

Aí está o porque da existência do livre-arbítrio. Para que o homem possa crescer ele deve ouvir a sua intuição mais profunda, o seu Eu Interno, o qual é imune às emoções da matéria e à lógica humana, tão pequena e tão ilógica. À medida que o homem passa a decidir a sua vida ouvindo a intuição, o caminho do crescimento espiritual vai sendo traçado e tudo passa a fluir sem maiores obstáculos. Cada problema que surge é resolvido de uma só vez, nada restando para ser resgatado no futuro. Em contrapartida, as decisões tomadas pela mente material sempre nos deixam resquícios do problema mal-resolvido, provocando o seu retorno até ser definitivamente solucionado.

As decisões tomadas a partir do Eu Interno, onde o livre-arbítrio humano se curva à sua intuição e não à sua mente material, produzem uma sensação de conforto e bem-estar ímpares. Seria o verdadeiro "estar de bem com sua consciência". Por outro lado, as decisões oriundas da mente, onde o livre-arbítrio se curva, por ser fraco, ao ego humano, somente produz uma massagem de prazer, tão peculiar ao nosso ego.

A nossa vinda à vida terrena não acontece como um mero acaso biológico ou químico. A matéria envolvida no processo serve, por um lado para nos dar abrigo material à nossa essência, por outro para nos permitir cumprir nossas tarefas através dos conflitos entre os apelos materiais fabricados por nosso ego e o nosso Eu Interno. Tais conflitos devem ser resolvidos por nosso livre-arbítrio, onde as soluções de nível material são, invariavelmente, díspares da intenção de crescimento espiritual. Não existiria o bem sem a existência do mal. Tal qual o Yin - Yang da cultura oriental, o equilíbrio no crescimento espiritual do homem é atingido quando, tendo por referência o plano material, o seu livre-arbítrio escolhe a intuição, o seu vínculo com o plano espiritual.

De nada valeria uma decisão, qualquer que fosse, onde somente um lado se apresentasse: afinal, não haveria decisão nenhuma e, portanto, não haveria crescimento em nosso actual estágio de evolução. Um estágio onde o apelo material se faz necessário, onde o desapego ao bem material torna-se valoroso e imprescindível para o nosso crescimento. Para exercitarmos o desapego é necessária a existência do apelo material. São necessárias as armadilhas de nosso ego. Porém, mais que tudo, é necessário aprendermos a ouvir a nossa voz interior, o nosso canal com o Plano Superior.

Sempre que uma situação nos é apresentada, por mais disparatada que pareça, um exercício de desapego está-nos sendo solicitado. É a hora de colocarmos em prática o bom uso de nosso livre-arbítrio e procurarmos no nosso íntimo a decisão correcta. Os apelos materiais estarão sempre presentes. O nosso ego, por mais puro que nos possa parecer, também estará provocando as nossas emoções e a nossa razão para lhe darmos um pouco de alimento. Antes de nos deixarmos tomar por uma decisão, por mais pensada que nos pareça, não deixemos de ouvir o nosso "Eu Interno". Se ele estiver aquietado, se ele não se manifestar, a nossa mente estará livre para decidir. Caso contrário, ele por certo se manifestará e nos mostrará o caminho correcto. Cabe a nós, estarmos abertos para perceber a sua manifestação, sem permitir a interferência de nossa mente, já poluída e doente.

Se permitirmos que o nosso livre-arbítrio se curve ao nosso ego, certamente estaremos a deixar passar uma oportunidade de exercitarmos a nossa tarefa mais elevada. Estaremos sucumbindo aos apelos danosos da matéria e, por certo, estaremos dando um passo errado. Por mais que prejudiquemos o próximo, os maiores prejudicados seremos nós mesmos, pois não estaremos satisfazendo a expectativa de nosso Criador... infelizmente.

"O Som e a Fúria", primeira grande obra de Faulkner, é uma inesquecível viagem ao percurso de decadência de uma família aristocrática do Sul da América.

Publicado em 1929, "O Som e a Fúria" é o quarto romance de Faulkner (1897- 1962) e a sua primeira obra-prima. Como outras obras fundadoras da ficção moderna, não é de leitura fácil, mas compensa amplamente o esforço. Faulkner narra a decadência de uma família outrora aristocrática do Sul dos Estados Unidos, os Compson, centrando- se no destino trágico de Caddy Compson e da sua filha, Quentin. Mas durante largas páginas não sabemos nada disto, já que o autor recorre às memórias e aos solilóquios interiores de três irmãos de Caddy, e nenhum deles é uma testemunha fiável.

A obra está dividida em quatro secções, às quais se soma um apêndice, que Faulkner só acrescentou ao livro em 1946. A que abre o romance, tem como narrador um atrasado mental de 33 anos, Benjy Compson, o irmão mais novo de Caddy. Ler estas páginas desprevenidamente pode tornar-se uma experiência desconcertante. É verdade que essa espécie de poder incandescente que a linguagem de Faulkner liberta é suficientemente avassalador para nos manter presos ao livro. Mas acabará por chegar o momento de confessar a nós próprios que não fazemos ideia do que, digamos assim, se está realmente a passar.

Faulkner procura surpreender um equivalente discursivo que reflicta o modo como a mente das suas personagens funciona, e não o modo como estas falariam se pretendessem comunicar com alguém, o que o leva a bruscos saltos no tempo, a mudanças de assunto por associações de ideias e a outras quebras na linearidade lógica e cronológica da narrativa. Para facilitar um pouco a tarefa da leitura, Faulkner assinala os saltos no tempo com o recurso ao itálico. Benjy usa também um vocabulário básico e frases curtas. E, claro, não lhe passa pela cabeça explicar-nos, por exemplo, que tem dois parentes com o mesmo nome: o seu irmão Quentin e a sua sobrinha, filha de Caddy, o que complica um pouco as coisas.

Quentin Compson, o irmão mais velho de Benjy, obcecado pelas glórias passadas da família e assombrado por conceitos puritanos de honra e pecado, é justamente o narrador da segunda secção, que decorre em 1910. No entanto, apesar deste recuo de 18 anos, o salto cronológico quase não se sente, já que a generalidade das recordações de Benjy dizem respeito à sua infância, ao passo que as memórias mais vivas de Quentin respeitam à sua adolescência, quando começou a assistir à nascente sexualidade da irmã, em cuja promiscuidade iria ver o sinal definitivo da ruína moral do clã. A narração de Quentin, se não sofre das limitações da do irmão, não é menos perturbadoramente fragmentária. Na verdade, só no terceiro capítulo, cujo narrador é Jason, o irmão imoral e sádico, é que as peças começam a encaixar nos seus lugares. Só então se torna claro que Benjy é um atrasado mental e que a narração de Quentin tem lugar no dia em que este se suicida. Com Jason, o presente da narrativa regressa à véspera do dia em que o livro começa. E, ao contrário dos seus irmãos, Jason está mais preocupado com o presente do que com o passado.

Finalmente, a última secção recorre a um narrador omnisciente e dá particular destaque à velha criada negra, Dilsey, provavelmente a única personagem capaz de um olhar lúcido sobre os Compsons e o seu destino. Argumentando, com ironia, que nenhum dos quatro narradores - as três personagens e ele próprio - tinha conseguido contar a história, Faulkner acrescentou ao livro o já referido apêndice, onde fornece informações relativas ao passado aristocrático da família e ao que lhe sucedeu em anos posteriores ao período de que a obra trata.








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